Uma das principais inovações na oftalmologia, principalmente nos tratamentos de doenças da retina, foram as medicações ANTI-VEGF, que agem para combater doenças como Degeneração Relacionada à idade (DMRI), Retinopatia Diabética e oclusões venosas, dentre outras.
A sigla VEGF – do inglês Vascular endothelial growth fator – significa FATOR DE CRESCIMENTO ENDOTELIAL VASCULAR e tem uma grande importância para nosso organismo desde a gestação. O mecanismo VEGF promove a ANGIOGENESE (crescimento de novos vasos sanguíneos a partir de vasos já existentes), processo que além de ser importante durante toda a vida, é necessário para o desenvolvimento do feto.
Esse mecanismo no qual novos vasos se formam depende de vários fatores, como hormônios, proteínas e ações metabólicas dentre outros. Somados, esses elementos resultam no crescimento dos vasos. Na vida adulta, o VEGF atua, por exemplo, na regeneração de músculos e tecidos que por algum motivo foram danificados.
Porém, os estudos sobre VEGF são concentrados nas doenças cancerígenas. Foi identificado que os tumores crescem de forma acelerada e desordenada por meio do mecanismo VEGF que, ao promover o crescimento de novos vasos, ajuda na proliferação do câncer.
Iniciaram-se, portanto, diversas pesquisas para a criação de medicações capazes de interromper o processo do crescimento dos vasos sanguíneos ou VEGF. Foram criados, então, medicamentos chamados de ANTI-VEGF, que atuam impedindo o crescimento de novos vasos e, consequentemente, o aumento do tamanho do tumor.
Doenças da retina como a DMRI agridem o tecido retiniano, fazendo com que o organismo passe a promover a ANGIOGENESE para recuperar os vasos sanguíneos afetados pela doença. No entanto, esse processo prejudica ainda mais a retina, uma vez que cria desequilíbrio e surgimento de novos vasos, mais fracos e finos que, ao se romperem, provocam hemorragias.
Para conter esse processo e impedir o avanço das doenças da retina, cientistas, pesquisadores e médicos oftalmologistas começaram a testar medicamentos ANTI-VEGF na retina e tiveram sucesso. Eles conseguiram impedir o crescimento de novos vasos sanguíneos no fundo do olho, interrompendo o progresso de doenças como a Degeneração Macular relacionada à Idade do tipo exsudativa, a mais agressiva.
Foram realizados então, milhares de novos estudos até que os medicamentos fossem aprovados e chegassem até as clinicas especializadas em retina. Hoje o tratamento com INJEÇÃO INTRAVÍTREA ANTI-VEGF é uma realidade e tem ajudado milhões de pessoas em todo o mundo, inclusive no Brasil.